O especialista concorda com o uso obrigatório de máscara nas escolas e destacou o novo cenário da pandemia
SAÚDE: O especialista em gestão de Sistemas de Saúde e ex-secretário de Saúde de Mogi das Cruzes, Téo Cusatis, analisou o novo cenário da pandemia no Alto Tietê. Mogi teve aumento de 227% no número de casos de Covid-19 registrados em maio no comparativo com abril, passando de 259 para 847. A região tem computado aumento substancial no número de casos e as cidades têm adotado medidas para conter esse avanço da doença, como o uso de máscaras no rosto, que passou a ser obrigatório nas escolas públicas e privadas de Mogi e de outras cidades do Alto Tietê.
Durante a entrevista, Téo Cusatis criticou a retirada de máscaras e disse apoiar a obrigatoriedade da proteção no rosto. “Sempre achei precoce essa retirada das máscaras. Tem que ter políticas para incentivar a continuidade. Falecer 50, 60, 70 pessoas por dia não é suficiente para dizer que não precisamos mais de máscara. É um neto que mora com idoso e que pode complicar (a saúde do idoso). As pessoas esquecem do pós-Covid, fora que mesmo sem alguma comorbidade, os sintomas se arrastam em algumas pessoas. Quem pega Covid fica, no mínimo, uma semana fora do trabalho. A Covid causa um dano social e econômico. Sou muito favorável ao retorno de máscaras sim”, enfatizou.
Ele também avaliou a decisão de várias cidades do Alto Tietê de voltarem com a obrigatoriedade de usar as máscaras nas escolas. O ex-secretário apontou os motivos do aumento da doença e as consequências do avanço da Covid-19 e do crescimento dos casos de gripe no sistema de saúde. “Quando as crianças ficaram em casa, poucas ficaram doentes. O que é o momento: todo mundo voltou para a aula, as restrições acabaram e, obviamente, voltaram as contaminações, não só da gripe como também da Covid-19 em um momento de inverno. Muitos pronto-socorros não estavam preparados e isso começou a sobrecarregá-los. Hoje estamos com sobrecarga de internação de crianças, chegando a falecer até bebezinho em fila de espera”, ressaltou.
Téo Cusatis citou o conjunto de fatores que contribuem para a sobrecarga no sistema de saúde infantil e pediu equilíbrio com o uso de máscaras nas escolas. “Temos casos de Gripe, bronquiolite e a baixa vacinação da gripe (contribui para a sobrecarga), o afrouxamento das medidas sanitárias dentro das escolas, algumas recomendações. Acho sim que tem que ter máscara dentro da sala. Se for brincar no intervalo, a criança tira. Tem que ter equilíbrio nisso”, pediu.
Quer saber mais da análise do especialista em Sistemas de Saúde? Acompanhe a entrevista completa.