O especialista em Sistemas de Saúde comentou que a pandemia atrasou os diagnósticos de várias doenças, inclusive de câncer. Ele fez uma análise da retomada dos atendimentos
SAÚDE: A pandemia da Covid-19 já fez mais de 650 mil vítimas no Brasil e seus efeitos ainda são alvo de especialistas que têm alertado para as sequelas da doença no paciente, e os seus impactos na rede de Saúde pública. O Ministério Público de Saúde estima que somente no primeiro ano de pandemia, o número de procedimentos cirúrgicos suspensos chegam em 59,8%, em regiões mais afastadas o represamento bateu os 90%. Acompanhe os destaques com a participação especial do especialista em Gestão de Sistemas de Saúde pela FMUSP e FGV e ex-secretário de Saúde de Mogi das Cruzes, Téo Cusatis, que analisou o momento para a retomada de exames, cirurgias e tratamentos paralisados. Ele também destacou os desafios da pós-covid para a Região do Alto Tietê e para Mogi que busca a repactuação da Saúde.
Téo Cusatis destacou que a pandemia mexeu muito com os sistemas de saúde. “Mexeu muito no modelo de atender, mostrou muitos déficits, mas mostrou também um outro caminho para ser aproveitado de entender melhor as demandas. Está ainda em construção essa questão de como receber as necessidades das pessoas de uma maneira mais organizada dentro da ética porque entrou também a Lei Geral de Proteção de Dados que são dados sensíveis. Está aí em um vuco-vuco interessante na saúde, a telemedicina que estava em consulta pública foi validada e eu acredito que é muito difícil ir para trás agora. Talvez ela seja apenas adequada na questão de uma primeira consulta ser presencial e depois usar a telemedicina”, enfatizou.
Segundo ele, com o decorrer do tempo a telemedicina vai ajudar ainda mais a população. “Um especialista, uma consulta mais rápida. É tirar o doente da fila, o grande objetivo dos sistemas de saúde é enxergar quem está doente, não apenas pela questão de idade. Para que o desfecho final seja melhor”, analisou.
O especialista em Sistemas de Saúde destacou os exames represados pela pandemia. “Saiu essa semana que milhares de pessoas que tiveram seu diagnóstico atrasado de mieloma porque existe uma média de diagnósticos por ano que o Inca faz. Durante a pandemia e principalmente o mieloma múltiplo que é um tipo de câncer das células sanguíneas que não foi diagnosticado em um tempo mais real para se combater melhor a doença. E isso é muito sério, as consequências do pós-covid e dos diagnósticos das doenças que mais matam no Brasil que é câncer, doença coronária e doença respiratória. A pandemia atrasou muito isso e a onda de necessidade está vindo agora”, ressaltou.
Téo Cusatis também avaliou a saúde de Mogi das Cruzes e disse que ‘infelizmente vai demorar um pouco para voltar ao que era antes da pandemia’. Quer saber mais? Acompanhe a entrevista completa.a