Após a declaração do presidente Bolsonaro, que pediu ao ministro da Saúde um “parecer” para desobrigar o uso de máscaras, especialistas e médicos fazem um alerta: há risco do país passar por uma terceira onda de contaminação
O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem (10/06) que pediu ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, um “parecer” para desobrigar o uso de máscaras por quem estiver vacinado contra a Covid-19 ou por quem já tiver contraído a doença.
Já especialistas alertam para a chegada de uma terceira onda de contaminação ainda este mês. Acompanhe agora no Radar a análise do médico, professor universitário e especialista em Gastrocirurgia e Bariátrica, Dr. Luiz Bot, em relação à polêmica e alerta para o aumento de casos de coronavírus.
O país é o segundo com mais óbitos causados pela doença e ainda conta com uma lenta vacinação, chegando a 11% de vacinados com a segunda dose. Ao mesmo tempo, realizou uma reabertura prematura da Economia e com a chegada potencial da variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia. Nesse cenário, especialistas preveem uma nova onda da pandemia.
Afinal, eu posso dispensar o uso de máscara depois de contrair a doença? Doutor Luiz Bot ressalta: “a máscara é uma barreira protetora indispensável para evitar a terceira onda que os infectologistas e especialistas vêm alertando”. Ele inclusive dá um exemplo da necessidade. “O vírus é uma partícula microscópica muito leve. Quando a gente está falando, já foi comprovado que esse vírus fica no ar, até alguns metros ao redor do contaminado”. Segundo o médico, o mais correto é usar o equipamento de biossegurança em qualquer situação de doença infecciosa e transmissível.
O médico cita o Japão como exemplo de respeito ao cidadão e faz crítica à postura cultural no Brasil porque “falta responsabilidade social”. “Como a pessoa sabe que está com sintoma e fica no meio da galera? É uma falta de respeito com o próximo”, critica o especialista.
De acordo com o Dr. Luiz Bot, o maior problema do isolamento é que a nossa capacidade hospitalar não oferta leitos para todo mundo. “A gente não tem essa disponibilização de atendimento, desta forma, temos que isolar e imunizar, para aos poucos diminuir a circulação do vírus”, comentou afirmando que sem o uso da máscara e das medidas de proteção a transmissão ocorrerá muito mais rápido.
O medico diz que sente falta de uma união para o combate efetivo da pandemia. “Um presidente que diz, ‘tenho o dinheiro e dou para quem eu quero’, e ai os governadores lutando para fazer o que dá pelos Estados. Não é assim que se organiza uma vacinação em massa”, diz. Segundo ele, o país tem mão-de-obra qualificada e capacidade de atendimento para aplicação dos imunizantes, mas faltam insumos. Acompanhe a entrevista completa