Dra. Camila Giannotti Chaves explicou que os pais precisam ser criativos com a alimentação e também para inventar ideias para os filhos fazerem atividade física
SETEMBRO LARANJA: O Setembro Laranja é o mês de Combate à Obesidade Infantil, mas a campanha não pretende apenas alertar para um dos problemas nutricionais cada vez mais prevalentes entre crianças, acima de tudo desenvolver e implementar ações que contemplem a necessidade e as demandas por informação, conhecimento, orientação e condutas para seu enfrentamento. Acompanhe a entrevista especial com a médica endocrinologista do Hospital e Maternidade Mogi-Mater, Dra. Camila Giannotti Chaves. Ela destacou que os médicos já estavam preocupados antes da pandemia com o aumento da obesidade nas crianças e que nesse período de quase dois anos sacrificou ainda mais os cuidados que os pais tinham com as crianças. “Se sacrificou muito os cuidados que a gente tinha com as crianças, a gente tirou as crianças da escola que além de tudo tinham atividades físicas. As crianças brincavam no intervalo com aulas de educação física, as atividades extras como o futebol e a natação. Tudo parou por causa da pandemia. As atividades físicas dessas crianças diminuíram de maneira abrupta e fora isso a gente sabe que ficar dentro de casa gera mais ansiedade”, afirmou.
A Dra. Camila Giannotti Chaves disse que está recomendando para os pais para que de maneira segura, evitando aglomerações, a sair com essas crianças. “Vai depender muito dos pais agora, sair para jogar bola, fazer um passeio de bicicleta, passear com o cachorrinho, mas a gente tem que tentar essas brincadeiras. Colocar as crianças para dançar em casa acaba sendo uma saída também. Temos que ser bem criativos para ver um jeito dessa criança não ficar muito parada porque se não vai ficar entre o videogame, computador, celular e não vai fazer nada de atividade física”, enfatizou.
A endocrinologista explicou que existem estudos que mostram que uma criança que é obesa por volta dos 6 anos de idade tem 50% de chances de se tornar um adulto obeso e o adolescente que chega obeso até a adolescência tem uma chance de 80% de ser um adulto obeso. “Por que a obesidade é tão ruim para a gente? Além de todo o estigma psicológico que pode causar, a criança quando entra na adolescência tem muito a questão da aceitação e a obesidade pode acabar impactando de maneira muito forte na parte psicológica da criança. Temos também a parte metabólica, a parte própria do funcionamento do corpo. Tem sido muito mais precoce o diagnóstico de diabetes tipo 2, por exemplo, que é uma doença diretamente relacionada à obesidade então antigamente quando você ficava diabético com 50 ou 60 anos, hoje a gente tem pacientes com diabetes tipo 2, que é a diabetes relacionadas a obesidade, com 20 anos. Porque já veio de uma infância obesa e de uma adolescência obesa e acaba desencadeando doenças mais precocemente”, comentou.
Quer saber mais sobre os riscos da obesidade infantil? Acompanhe a entrevista completa.