Segundo o Dr. Toriel Sardinha, alguns políticos atuantes de Mogi das Cruzes serão responsabilizados pela invasão da Vila Oropó por incentivar as pessoas a cometerem crime
SEGURANÇA: Acompanhe a entrevista especial com o secretário de Segurança da Prefeitura de Mogi das Cruzes, Dr. Toriel Sardinha, que explicou a atuação da Guarda Civil Municipal (GCM) na ocupação da Vila Oropó. Moradores que gravavam a ação registraram uma abordagem truculenta que rapidamente chamou atenção nas redes sociais, onde agentes da GCM tentam imobilizar um homem para que deixe o local, considerado insalubre. Em outra ocupação, ainda na semana passada, um outro homem foi preso por desacato a agentes em área de invasão na Vila São Francisco. O secretário comentou os casos e explicou os protocolos e desafios para abordagem da GCM. Ele também trouxe atualizações acerca das áreas de invasões na cidade.
O secretário comentou que a ocupação na Vila São Francisco tem mais de 300 ‘barracos’ no momento e que a GCM e a Secretaria de Segurança de Mogi não podia deixar que o mesmo acontecesse na Vila Oropó. “Só pra contextualizar tem uma ocupação chamada Vila São Francisco que ocorreu em janeiro do ano passado. Tem até imagens no Facebook que a gente olha de cima hoje tem quase 300 barracos nesse local. Por incrível que pareça eu estive lá esses dias e eu consegui conversar só com uma pessoa que é de Mogi, o restante veio tudo de fora. É um movimento que cresceu muito principalmente com a pandemia e eles de certa forma buscam adquirir a sua moradia. Muitas pessoas nessa época perguntaram porque que a Secretaria não havia agido antes e nesse caso da Vila Oropó agimos. Não foi ilegal, temos que tirar antes que vire uma ocupação igual na Vila São Franscisco, onde só podemos tirar as pessoas depois de uma ação judicial”, ressaltou.
Toriel Sardinha contou que o problema é que as pessoas que invadem esses terrenos públicos e particulares “acreditam estar certos e acreditam que não estão cometendo nada de errado e que estão buscando apenas o direito de moradia”. Mas segundo ele, isso é um crime que prevê até três anos de detenção. “Mas o que acontece, na verdade, é que eles invadem algumas áreas públicas ou particulares e isso envolve uma prática de crime. Lá atrás em janeiro de 2021 não foi encarado dessa forma, eles entraram e a Secretaria de Segurança entendeu que naquele primeiro momento e tinham dois barracos quando invadiram. Hoje se as pessoas olharem as imagens, ela choca. Todas esses 300 barracos sem água, sem luz porque tudo é gato né? Eles puxam instalações irregulares. Sem energia, sem saneamento básico e sem um mínimo de condição de vida. Essa semana o prefeito vai apresentar um plano de habitação, mas tem uma fila enorme de moradores de Mogi e não é porque eles invadiram que vamos furar a fila de pessoas que estão trabalhando e que estão apenas correndo atrás dos seus direitos. Aconteceu cerca de 85 invasões e construções irregulares em Mogi, imagina se deixássemos todos continuarem nessas invasões? Seriam mais 85 que poderiam ficar igual na Vila São Francisco”, afirmou.
O secretário comentou sobre os políticos da região que apoiam invasões na cidade. “Existem políticos da cidade que incentivam essas pessoas a se manterem nesses lugares e muitas vezes em risco para as próprias pessoas. A gente teve informação de um áudio que tem rolado nas mídias sociais que uma pessoa fala que ‘o crime organizado está dando estrutura para essas pessoas invadirem terras em Mogi das Cruzes’. O poder público se deixar e não fizer nada cada vez mais vai crescer essas ocupações e vai onerar o município. Depois que a Guarda Municipal desfez dois barracos que estavam se formando na segunda-feira alguns políticos da cidade estiveram na Vila Oropó e falaram que ‘se vocês estiverem dentro do barraco, eles não podem tirar’, orientando de forma errada as pessoas. Foi um ex-vereador e candidato a deputado e dois vereadores atuantes na cidade que fizeram isso e eles serão responsabilizados. Temos provas e pessoas que falaram abertamente que eles estiveram lá falando para eles não saírem. Eu junto com a Secretaria de Segurança vou fazer uma representação no Ministério Público contra essas pessoas porque eu tive contato com essas pessoas na ocupação. Eles estão incentivando essas pessoas a cometerem crime, invasão de terra pública ou privada é crime e prevê pena de até três anos de detenção”, destacou.
O secretário também comentou sobre o vídeo que circulou as redes onde um homem é imobilizado e algemado para que deixe a ocupação da Vila Oropó. “Ele estava irritado e extremamente agressivo, chegou a me empurrar”, disse.
Toriel Sardinha também comentou como o prefeito Caio Cunha o convidou para ser o secretário de Segurança da Prefeitura de Mogi. Quer saber mais sobre essas polêmicas e entender melhor o que aconteceu na ocupação na Vila Oropó? Acompanhe a entrevista completa.