Administração da Santa Casa de Mogi das Cruzes envia documento informando que não tem “intenção de renovar” convênio que mantém estrutura do PS de portas abertas. No entanto, a Prefeitura alega estar “surpresa” com a decisão
Santa Casa de Mogi das Cruzes envia ofício para a Prefeitura avisando que não tem interesse em renovar o convênio de atendimentos no Pronto Socorro (PS) com a Secretaria de Saúde. Cerca de 8 mil pacientes são atendidos por mês com investimento da Administração Municipal de aproximadamente R$ 1,8 milhão, mas o Hospital afirma que os gastos são de R$ 2,2 milhões mensais. A consultora em Saúde da Prefeitura de Mogi das Cruzes, Andreia Godoi, concedeu entrevista ao Radar Noticioso e explicou, em primeira mão, como a Secretaria de Saúde vai resolver o problema e quais as alternativas para manter a assistência aos pacientes até o final do contrato no dia 28 de agosto.
Ela esclareceu como o Executivo pretende utilizar outro equipamento da cidade para transferir os atendimentos do PS. A consultora comentou que a notificação emitida pela Santa Casa foi recebida com “surpresa” pela Prefeitura. “Fomos surpreendidos com a decisão da Santa Casa, a gente tem um convênio desde 2009. O valor no decorrer dos anos veio em torno de R$ 900 a R$ 925 mil por mês. E foi nessa gestão atual que teve o primeiro aumento, na renovação em 2021, que a gente deu aumento de 25% indo para R$ 1,2 milhão”. Foi pactuado no final de 2021 um contrato de oito meses de prestação de serviços, datada para expirar em 28/08. Em outras palavras, o Executivo tem aproximadamente dois meses para resolver as eventuais mudanças.
“Na nossa cabeça estava tudo certo e aberto ao diálogo. Para nós é uma surpresa, no momento que a gente mais precisa, estar discutindo uma coisa dessas”, enfatizou. A consultora também explicou que a Santa Casa solicita aumento de repasses, que neste momento não podem ser atendidos pela Prefeitura por uma questão legal, e afirmou “não é pelo dinheiro”. De acordo com a justificativa, a Santa Casa tem glosa de serviço não-executado. Em geral, as glosas acontecem quando as informações sobre um atendimento, fornecidas pelo prestador, que não batem com os registros de comprovação de atendimento. Assim, as contas prestadas pela Instituição são conflitantes, impedindo novos recursos, uma vez que o Executivo entende que, “não condiz com o que ela gastou. A gente entende que ou o serviço não foi prestado ou realizado”, esclarece a gestora em saúde.
Por outro lado, a Santa Casa ainda tem condições de pedir recurso para uma reavaliação, em que prestará esclarecimentos sobre os gastos. Hoje a unidade que integra uma rede Filantrópica, tem capacidade de atender a 12 mil pessoas, quando a média de atendimentos mensal beira os 8 ou 9 mil, segundo a consultora, que complementa, “o fato dela não atender 12 mil não significa que não esta lotada, porque isso é relativo. Recebem casos mais complexos, eu entendo isso”.
Andreia Godoi finalizou deixando um aviso para a população não se desesperar, o prefeito (Caio Cunha) e o secretário de Saúde(Dr. Zeno Morrone) vão fazer o melhor possível para solucionar essa questão e ninguém vai sair prejudicado”, garantiu. Acompanhe a entrevista completa para ficar por dentro de outras questões da estrutura de atendimento da saúde pública em Mogi das Cruzes.