Especialista em Psicogerontologia, a psicóloga garante que a velhice é um tema que deve ser debatido entre todas as idades
Estamos na década do envelhecimento saudável decretado pela Assembleia Geral das Nações Unidas. O período de 2021 a 2031 tem declarado como objetivo “mudar a forma como as pessoas pensam, sentem e agem em relação à idade e ao envelhecimento”. O envelhecimento é um fenômeno biológico normal que atinge todos os organismos vivos, mas muitas pessoas não sabem lidar com esse processo. Hoje o Radar Noticioso recebeu a professora, psicóloga clínica e mestra em Psicogerontologia, Rosemeire Ferraz, que analisou os efeitos que o “tornar-se velha” ou “tornar-se velho” podem causar nas pessoas. Entre os destaques, ela deu orientações sobre como ter um envelhecimento maduro e saudável.
De acordo com a especialista, “todas as pessoas, de todas as idades tem que pensar nisso”. É fato que a Psicogerontologia se trata do envelhecer, entretanto, ela garante que isso não diz respeito somente a pessoa idosa. “Não é pensar no velhinho adoecido. É pensar no envelhecer de forma saudável”, afirmou.
O envelhecimento saudável, envolve o reconhecimento das mudanças do corpo e das perspectivas na vida. Rosemeire Ferraz destacou que uma boa nutrição e acolhimento de cuidadores e familiares são imprescindíveis na fase em que o corpo começa a ficar limitado. Para tratar a autoestima do idoso, ela explicou que, “é preciso inclui-lo nas atividades. Se está debilitado ou não consegue fazer determinada coisa, você pede para fazer outra, mas deixa ele(a) no mesmo ambiente, participando. Todo mundo quer se sentir útil”.
Professora, ela comentou que começou a refletir sobre o “peso do tempo”, dentro de uma sala de aula. “Eu ficava ali vendo aqueles jovens, com aquelas peles bonitas, e me perguntei ‘quando eu comecei a envelhecer?’, e subsequentemente, ‘quando eles vão começar a envelhecer?’, e a resposta veio na hora, eles já estão envelhecendo”, concluiu. Segundo a psicóloga, o processo de envelhecimento acompanha o ser humano desde o berço e a grande questão é conscientizar e preparar todo mundo para viver essa fase da vida, encarando a terceira idade de forma respeitosa.
Na entrevista, a profissional também contou de sua experiência com a juventude. “Eu mesma já pensei que adolescentes não estão nem aí para nada e enfim, mas quando você pega esse jovem para conversar, os pais que me desculpem, mas tem muito jovem muito mais lúcido que os próprios pais”, ela contou e riu da situação. A dica da especialista é que os pais estimulem o preparo e o amadurecimento dos filhos, “assim como cuida da alimentação”, exemplificou.
Acompanhe a entrevista na íntegra para todas as dicas sobre saúde mental, comportamento e velhice.
