Segundo o especialista em Gestão de Sistemas de Saúde e ex-secretário de Saúde de Mogi das Cruzes, Téo Cusatis, isso está acontecendo devido ao aumento de custos com o novo piso salarial de enfermeiros e a defasagem da tabela SUS
SAÚDE: Hospitais e Santas Casas falam em fechar 20 mil leitos. O motivo seria o novo piso da enfermagem, sancionado este mês, que além de afetar a disposição de leitos, também seria responsável pela dispensa de 83 mil funcionários, segundo pesquisa feita pelas maiores entidades do setor hospitalar do País. O diretor-geral da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), Mário Bernardes, afirmou que o impacto financeiro pode chegar aos R$ 6,3 bilhões no segmento. Para trazer o destaque, o Radar Noticioso recebeu o especialista em Gestão de Sistemas de Saúde pela FMUSP e FGV, o ex-secretário de Saúde de Mogi das Cruzes, Téo Cusatis, que analisou a decisão e apontou os problemas enfrentados pelos hospitais.
A Lei 14.434/22, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), no dia 4 de agosto, estabelece o piso salarial para enfermeiros, contratados em regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), em R$ 4.750, para técnicos de enfermagem em R$ 3.325 e para auxiliares de enfermagem e parteiras em R$ 2.375. “É muito preocupante, serviços de saúde a gente sempre torce para abrir e nunca mais fechar né? Principalmente quando fala de leito hospitalar. O Brasil tem uma característica falando de hospitais que a grande maioria são hospitais de médio e baixo portes. São aqueles hospitais e Santas Casas menores que dão conta do interior e são referência em muitas regiões. Eles já vivem em uma dificuldade financeira grande que se arrasta ao longo dos anos e o impacto que fez é grande. Essa é uma medida muito bem-vinda, dentre todos os hospitais de saúde e a gente percebeu ainda mais nessa pandemia a importância dos profissionais da saúde que estão na ponta atendendo”, ressaltou.
Segundo Téo Cusatis, os hospitais privados estão muito preocupados, inclusive com os reajustes pelo convênio. “A tendência é parar os investimentos nas ampliações, reformas e tal. As instituições filantrópicas, pois o impacto vai ser significativo. Eles já vivem com a corda no pescoço”, destacou.
Outro assunto em destaque é a liberação da Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, para a vacina contra a varíola dos macacos no Brasil.
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