Segundo a determinação da Justiça, o funcionamento dos trens deveria ser parcial, mas usuários da CPTM na região do Alto Tietê enfrentam dificuldades de locomoção com a total paralisação das linhas 11 e 12
Usuários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) na região do Alto Tietê enfrentaram dificuldades de locomoção hidrate a manhã de hoje (24/08), devido à greve realizada por funcionários de três linhas.
Nas estações de trem de Mogi das Cruzes e Estudantes, a situação ficou caótica para os aproximadamente 600 mil usuários da linha Coral que atende passageiros de Mogi à Estação da Luz e 12 safira, que liga Calmon Viana ao Brás.
Os ferroviários entraram oficialmente em greve à meia noite e reivindicando um aumento de 4%, com inclusão em folha de pagamento a partir desse mês e 6% a partir de janeiro de 2022, além de mais transparência e representatividade à categoria.
Na teoria, das 6h até as 9h da manhã, os trens deveriam funcionar com 70% da sua capacidade, bem como o período entre as 17h e 21h, considerados “horários de pico”. Nas demais horas do dia, o funcionamento supostamente reduziria para 50%.
Na prática, as plataformas sequer foram abertas para a população, que sem acesso para aguardar normalmente o trem, começou a se aglomerar pedindo por informações nos portões das estações.
Alguma funcionários da CPTM orientavam as pessoas a embarcarem na linha de ônibus intermunicipal do sistema Paese, que forneceu condições de viagem gratuita aos passageiros com destino a Guaianazes, estação em que o sistema de ferroviários estava previsto para funcionar normalmente. O que também não aconteceu.
Contrariando as informações oficiais divulgadas, e a determinação expressa da Justiça, as linhas continuam sem expectativa de normalização. Algumas pessoas usaram o recurso dos aplicativos de corrida para chegar ao trabalho, com muita preocupação, sem saber como vai estar a situação de volta, ao fim do horário comercial.
Houve também muita gente que desistiu de ir trabalhar ou chegar ao seu destino final por falta de recursos. Como é o caso do mogiano, Jonathan Avelino, que saiu de César de Souza pela manhã, em busca de pegar o primeiro trem com destino a São Paulo, e ao chegar à estação Estudantes, se deparou com as catracas lacradas. Com o dinheiro da condução contado para o mês, Avelino relatou que graças a situação, vai ter um dia de trabalho descontado do seu salário, mas não pode correr o risco de gastar além do seu orçamento para chegar a uma cidade com mais de 40 km de distância.
O mesmo ocorreu com Junior Araújo, sem veículo próprio, ele ainda desabafou que a paralisação é um ato de desrespeito, “Eles prestaram concurso, sabiam o quanto iam ganhar. Tanta gente desempregada, passando fome e eles exigem aumento, e em troca interrompem as atividades das rendas dos outros?”, criticou.
Durante a manhã, o transtorno foi grande, com enormes filas de passageiros aguardando embarque na linha Intermunicipal Paese para conseguir chegar pelo menos até Guaianazes.