Eduardo de Lima Caldas acredita na possibilidade do fortalecimento da 3º via, mas afirmou que as eleições vão começar realmente em julho
POLÍTICA: A seis meses das eleições presidenciais, pesquisa de intenção de votos do PoderData divulgada ontem (13/04), aponta cerca de 7% de votos brancos, enquanto a distância entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) na corrida eleitoral atingiu o menor patamar registrado, uma diferença de 5 pontos percentuais. Segundo a última rodada da pesquisa, realizada entre os dias 10 e 12 de abril, o petista tem 40% das intenções de voto para as eleições presidenciais de 2022, seguido por Bolsonaro, com 35%. Acompanhe o destaque com o mestre e doutor em Ciência Política e professor da Universidade de São Paulo (USP), Eduardo de Lima Caldas, que fez uma análise do momento político no país.
“Esses números são super recentes, eu acho que no início de abril foi uma data importante porque foi a data de mudanças de partido na composição do Congresso. Julho também vai ser uma data importante, na verdade, as eleições começam em julho. Até lá serão feitos os ajustes e tudo isso é incerto porque até julho muita coisa pode acontecer. O que não da mais para fazer é mudar de partido, mas podem inventar um outro vice. Não sabemos o que vai ser do MDB com a Simone Tebet e se ela avança ou não avança. Não sabemos como fica o PSDB, se o Doria é candidato ou não porque ele começou a perceber o enfraquecimento dele e tem que ver se para ele compensa ser deputado praticamente eleito ou se compensa disputar a eleição sofrendo resistência dentro do próprio partido”, comentou.
O cientista político ressaltou que ele acredita em um fortalecimento da 3º via. “Quando a gente olha os números tem 75% de gente declarando voto ou para o Lula ou para o atual presidente, mas tem uma porcentagem que não é pequena que ainda não sabe em quem ainda vai votar. Então pode acontecer o fortalecimento de uma 3º via sim”, analisou.
Sobre chamar o Lula de ‘Lula ladrão’, o especialista destacou que também existe corrupção no atual governo. Mas que infelizmente as pessoas não comentam isso. “Denúncia de corrupção tem no atual governo também e muito. A variável da corrupção é uma variável que se o eleitor que votou anti-PT pela corrupção tiver esse critério, ele vai procurar uma outra via porque este governo tem se mostrado corrupto também. Com o Lula preso foi mostrado um monte de problemas jurídicos na prisão do Lula, então quer dizer que está comprovado ao contrário e isso acaba fortalecendo o Lula. Essa variável é uma que a classe média gosta bastante, mas não é a variável que provavelmente vai definir essa eleição”, destacou.
Além de analisar o cenário político atual, Eduardo de Lima Caldas contou um pouco da sua trajetória. Quer saber mais sobre a análise do cientista político? Acompanhe a entrevista completa.