A advogada especialista em Direito dos Autistas e Pessoas com Deficiência, Dra. Fabíola Prince, esclareceu as principais dúvidas dos ouvintes e internautas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
ESPECIAL: Estima-se que no Brasil cerca de 2 milhões de pessoas sejam autistas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2021. O número não é preciso, já que este ano o Instituto realiza, pela primeira vez, uma contagem específica para quem possui o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Desde 2012 a Lei 12.764 determina no país que a pessoa com autismo é considerada pessoa com deficiência para todos os efeitos legais. Um marco que mudou a forma como as pessoas com TEA são tratadas. Inclusive, discriminar uma pessoa com autismo é crime, mas muitas famílias desconhecem detalhes sobre os direitos do autista. Acompanhe a entrevista especial com a advogada especialista em Direito dos Autistas e Pessoas com Deficiência, Dra. Fabíola Prince, que esclareceu as principais dúvidas dos nossos ouvintes e internautas.
“Minha luta começou com o diagnóstico do meu filho, a gente está falando de 14 anos atrás. Não tinha lei ainda, a gente não tinha tanta informação. Então eu percebia que ele era diferente, mas foi muito difícil a busca pelo diagnóstico dele porque ele não tinha as principais características do autismo. Eu já era advogada e nunca tinha ouvido falar em autismo. Eu percebi que ele era diferente quando ele tinha perto de um ano e não falava, ele não andava, ele teve vários atrasos no desenvolvimento. Aí eu comecei a procurar ajuda, as pessoas sempre falavam ah, mas ele é filho único, ele é menino e menino demora mais mesmo. Eu tinha mudado de estado, o Lucas nasceu aqui em Mogi e eu fui morar no Pará. Para mim esse processo foi muito traumático porque foi uma mudança muito grande com um filho pequeno. E as pessoas atribuíam muito isso, esse atraso dele ao meu luto de estar morando lá. Foi um processo bem doloroso porque eu via a dificuldade dele, mas eu não era ouvida”, contou.
A advogada comentou que hoje o seu filho, Lucas, tem 14 anos e que ela veio para Mogi das Cruzes em 2010, mas passou um ano morando na cidade procurando diagnóstico. “Fiquei pulando de médico em médico, médicos em São Paulo, o coitado ficou até traumatizado. Como eu disse, a gente não tinha as informações que a gente tem hoje. Não tinha essa divulgação toda, essa conversa toda. Hoje praticamente todas as pessoas já sabem o que é o autismo, pelo menos aquela noção básica, mas naquela época nem se falava em autismo”, afirmou.
Dra. Fabíola Prince relatou que uma vez ela foi em uma médica que queria encaminhá-la para o psicólogo para aprender a cuidar do filho. “Eu passei em uma médica que ela me disse assim, eu vou encaminhar ele para fono porque ele precisa fazer estimulação da fala e você para a psicóloga para você aprender a cuidar direito do seu filho. Eu sou bem casca grossa, não ouvi o que aquela mulher estava falando e tinha certeza que ele precisava de ajuda. Eu pensava vou fazer o possível e o impossível para conseguir ajuda. Imagina uma pessoa falar para uma mãe que já está fragilizada que ela não sabe cuidar do próprio filho. Foi bem difícil, nessa época ele já estava com quase 3 anos. Eu voltei para Belém e dei inicio nas terapias que a médica tinha me recomendado”, destacou.
A advogada estudou, se especializou e começou a ajudar mães e pais que tem filhos com o Transtorno do Espectro Autista. Quer saber mais? Acompanhe a entrevista completa.