A consultora em Educação, Rosania Morales Morroni, destacou os principais desafios da educação para 2023
EDUCAÇÃO: Pesquisa realizada pelo Datafolha em 2021 mostra que quatro milhões de estudantes brasileiros com idades entre 6 e 34 anos abandonaram os estudos em 2020, primeiro ano de pandemia. O mesmo estudo revela que o PIB do Brasil perde cerca de R$ 372 mil ao ano com cada jovem que deixa a sala de aula. Já no ano passado, mil jovens com idades entre 15 e 29 anos, foram ouvidos pelo Datafolha e 61% dos entrevistados acreditam ter sofrido perdas irreparáveis em sua jornada de aprendizagem.
Hoje, para fazer uma análise da Educação no país, no Estado e na região do Alto Tietê, o Radar Noticioso recebeu a consultora em Educação, Rosania Morales Morroni, que destacou os principais desafios do setor para 2023.
Para ela, um dos maiores desafios da Educação é a busca ativa dos alunos. “Nós temos dados que demonstram que a defasagem está posta, nós temos uma diferença entre abandono e evasão. O abandono é aquele estudante que sai da escola e volta no ano seguinte, evasão ele some e não volta para o sistema escolar. O grande desafio é a busca ativa desses alunos. Os diretores me relatam a grosso modo no Ensino Médio já tem uma ausência de cerca de 10% desses alunos”, enfatizou.
Na volta às aulas das escolas estaduais do Estado de São Paulo no dia 3 de fevereiro, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que não vai manter a política de expansão acelerada do modelo de ensino integral. Para ele, é preciso antes investir na qualidade das que já possuem a jornada ampliada. “Nesse primeiro momento, não vamos continuar ampliando. Não adianta aumentar o tempo integral sem qualificar e estruturar as que já têm”, disse o governador.
A expansão das escolas de tempo integral foi a principal aposta da gestão de João Doria e Rodrigo Garcia (PSDB) para a Educação do Estado de São Paulo. Em 2019, 417 unidades da rede estadual tinham o modelo. Em 2023, são 2.311 com a modalidade.
Segundo a consultora em Educação, a implantação acelerada trouxe problemas para a rede de ensino paulista, como falta de vagas em regiões da capital e a transferência de alunos para o ensino noturno. Em alguns casos, as escolas também passaram a receber os estudantes por mais tempo, mesmo sem ter estrutura adequada para isso. “Não dava para expandir do jeito que eles queriam. O governador está certíssimo. Tem escolas que não estão com o ensino integral que estão lotadas e algumas escolas de ensino integral que tem oito pessoas na sala. Um absurdo. O governador pegou uma herança maldita do governo anterior”, criticou.
Quer saber mais da análise da consultora? Acompanhe a entrevista completa.