Uma investigação do Ministério Público do Estado de São Paulo levou a prisão em flagrante na noite de ontem (19/02) do Diretor Técnico da Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes, Dr. Massimo Colombini Netto, suspeito de causar aborto em gestante pela falta de internação e vaga na UTI Neonatal do hospital.
De acordo com a investigação, o médico é suspeito de recusar atendimento à gestante que deu entrada na Santa Casa, causando a morte do feto pela demora ou recusa à internação.
Segundo o Boletim de Ocorrência, na manhã de ontem, uma gestante de 34 semanas deu entrada no hospital em trabalho de parto, e com muitas dores.
Médicos que atenderam a paciente, e prestaram depoimento à Polícia, afirmaram que solicitaram o encaminhamento da gestante para a internação na obstetrícia e vaga na UTI Neonatal, porém a vaga foi negada. Diante da negativa do atendimento, o bebê não resistiu e morreu.
Ainda de acordo com os médicos, desde o início da gestão do Dr. Massimo, como diretor da Santa Casa, são constantes os relatos de dificuldades para as internações das gestantes, e que em dezembro do ano passado, outro bebê morreu devido à demora na internação.
Em depoimento à Polícia, o Dr. Massimo afirmou que a Santa Casa segue as orientações do Governo do Estado de São Paulo, não cabendo autorização prévia de sua parte, e que o hospital possui 10 leitos de UTI Neonatal, e que estavam todos ocupados.
Diante dos fatos, o Dr. Massimo foi preso em flagrante pelo crime de aborto provocado sem o consentimento da gestante, e encaminhado à carceragem da delegacia seccional de Mogi das Cruzes.
Na manhã desta terça-feira (20/02), após passar por audiência de custódia, o Dr. Massimo foi solto, e responderá em liberdade.
Na decisão, o juiz da vara de plantão de Mogi das Cruzes, Dr. Davi de Castro Pereira Rio, determinou a proibição do acesso e frequência do Dr. Massimo à Santa Casa de Mogi das Cruzes, além da suspensão de seu exercício profissional no hospital.
Ele também está proibido de manter contato com as pessoas ouvidas na investigação.
Procurada sobre o caso, a Santa Casa de Mogi das Cruzes divulgou a seguinte nota:
“Em 19 de fevereiro, segunda-feira, a Santa Casa de Misericórdia foi alvo de uma diligência do Ministério Público sob a justificativa de que uma parturiente teria sofrido, por problemas no atendimento, um aborto.
Apesar de apresentada toda a documentação médica e demonstrado que o atendimento prestado foi oferecido da melhor maneira, em razão do óbito da criança, ignorando cuidar o evento de uma fatalidade, entenderam os agentes à frente da apuração por conduzir o Diretor Técnico, que sequer estava presente quando da internação e exames, à Delegacia de Polícia, vindo a surpresa da condução a ser elevada ao quadrado com a notícia de sua prisão em flagrante.
Na presente data, restabelecendo o direito e a justiça, colocado em liberdade o médico diretor técnico, o qual, para lisura da investigação e demonstração de que nenhuma razão se teve o expediente adotado, ficará afastado de seu cargo até final conclusão das apurações.
A Santa Casa de Misericórdia, entidade mais do que centenária de benemerência, registra que tem empreendido todos os esforços para oferecer a melhor prestação de serviços à população em sua missão de salvar vidas e amenizar dores, debalde todas as dificuldades e falta de recursos, renovando seu compromisso com cada cidadã e cidadão da cidade de Mogi das Cruzes.”