O número de animais abandonados aumenta exponencialmente durante o período de festas de fim de ano. Acompanhe a entrevista especial com o médico veterinário Dr. Jefferson Renan Araújo Leite que traz orientações sobre a posse responsável
[15:45, 07/12/2021] Marilei: Dezembro verde: Mês de campanha reforça educação ambiental e cuidado com os animais. No Brasil, os maus-tratos e abandono de animais são problemas recorrentes que se agravam a cada ano, com índices maiores em períodos de férias e de festas. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, no país, existem cerca de 30 milhões de animais abandonados; desse total, 10 milhões são gatos, e 20 milhões, cachorros. Para contribuir com a causa animal, o médico veterinário especializado em animais silvestres, Dr. Jefferson Renan Araújo Leite, faz um alerta e destaca ações para promover o bem-estar animal.
Animais não são descartáveis e abandoná-los é crime, segundo a Lei Federal nº 14.064/20, que alterou a Lei nº 9.605/1998 aumentando a pena de detenção de 1 ano para até cinco anos para crimes de abandono e maus-tratos a cães e gatos. A escolha do mês de dezembro para a campanha está relacionada ao fato de que, neste período do ano, os casos de abandono aumentam de forma expressiva, pois as pessoas costumam viajar nas férias e festas de final do ano e não tem onde deixar os animais. Nesse momento muitas pessoas decidem abandonar os animais em ruas, vielas e até em caçambas de lixo. “Quando as pessoas adquirem esses animais, eles esquecem que esse animal vai dar gasto de ração, cuidados veterinários, precisa tomar vacina, antipulgas e que a vida dele vai durar aí em média de 15 anos. Tem que ter a vida meio programada para os próximos 15 anos e muitas vezes os responsáveis não pensam nisso quando adquirem. Muitas pessoas pegam 1, 2, 3 animais e moram em uma casa e depois de um ano se muda para um apartamento e não tem com quem e nem onde deixar esses animais”, comentou.
Segundo o médico veterinário, antigamente os animais abandonados eram recolhidos pela ‘carrocinha’ e na maioria das vezes eram eutanasiados, mas de alguns anos pra cá a lei proíbe esse tratamento aos animais. “Traz um problema de saúde pública até para os animais propriamente ditos porque eles estão sofrendo nessa situação e estão sujeitos a agressões, atropelamentos, transmissão de doenças. Também isso tem impacto direto no meio ambiente, ou seja, esses animais muitas vezes errantes que vivem nessas áreas acabam atacando ninhos de animais e atacando animais da fauna silvestre. Então tem uma série de problemas ocasionados pela presença desses animais soltos e sem controle nas vias do município”, enfatizou.
A pandemia também ajudou a aumentar esse número, pois infelizmente muitos não sabiam se os animais podiam transmitir a Covid-19. Quer saber mais? Acompanhe a entrevista completa.