O médico cardiologista e membro da Sociedade Paulista de Cardiologia, Dr. Paulo Saraiva, explicou porque os corações femininos e masculinos respondem de forma diferente ao estresse
SAÚDE: Estudo publicado recentemente na revista científica Science Advances mostra que os corações femininos e masculinos respondem de maneira diferente ao hormônio do estresse. De acordo com os pesquisadores, a descoberta pode ter implicações para distúrbios como arritmia e insuficiência cardíaca, incluindo mudanças nos tratamentos para essas condições.
Para trazer o destaque, o Radar Noticioso recebeu o médico cardiologista e membro da Sociedade Paulista de Cardiologia, Dr. Paulo Saraiva, que trouxe orientações sobre os cuidados com a saúde cardíaca. Além de fazer um alerta sobre prevenção de problemas no coração, ele também respondeu às dúvidas de ouvintes e internautas. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte para homens e mulheres no Brasil.
“Esse estudo que foi publicado é um estudo que foi feito em camundongos, mas já é uma patologia que a gente conhece que tem diferença entre o homem e a mulher. A fisiologia do homem é diferente da fisiologia da mulher, o tamanho do coração da mulher é diferente do tamanho do coração do homem. O coração de uma mulher pesa cerca de 118 gramas e o do homem chega a pesar 60 gramas a mais. Essa diferença de musculatura e de volume do coração acaba propiciando as mulheres a terem um maior índice de arritmia. No estudo eles usaram uma droga que se chama norepinefrina que é o hormônio da luta e fuga, quando a gente toma um susto solta a descarga de adrenalina, o coração acelera mais e dá mais potência para o coração aumentar sua frequência cardíaca. O coração bate em dois ciclos, bate em cima e bate embaixo. Quando o coração manda o sangue para frente, ele tem um tempo de recuperação para ele ter energia para conseguir fazer força de novo. Isso se chama tempo de repolarização, é o tempo de relaxamento do coração para ele encher de novo. No estudo da Science mostrou que esse tempo de recuperação do coração feminino é mais rápido, porém devido às diferenças anatômicas do coração da mulher, tendem a ter mais arritmias”, detalhou.
Segundo o médico cardiologista, a frequência cardíaca do coração da mulher é maior do que a do homem porque o coração da mulher é menor. “Ele tem que aumentar a quantidade de vezes que vai bater para conseguir suprir, as artérias que suprem o coração da mulher também são mais finas do que a do homem, as válvulas cardíacas são mais molinhas na mulher, então também pode desencadear mais arritmia. O que difere mais de um para o outro é mais a estrutura cardíaca”, ressaltou.
O médico também afirmou que as mulheres demoram mais para procurar tratamento médico quando se trata de doença cardíaca. “As mulheres ligam mais os sintomas à ansiedade. Quando a mulher tem um quadro de palpitação, ta sentindo cansaço ou fatigada, vai pensar ah, eu trabalhei, cheguei em casa, ainda cuidei da casa e dos filhos. Então as mulheres demoram um tempo maior a dar a importância devida aos sintomas cardiológicos”, afirmou.
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