Dr. Antonio Rissoni Jr. explicou como é o seu trabalho e quando o paciente precisa de um cirurgião torácico
SAÚDE: A Organização Mundial da Saúde (OMS) recentemente alertou sobre a possibilidade do aumento no número de óbitos por câncer de pulmão no mundo até 2040. Somente em 2020, quase 1,8 milhão de pessoas morreu dessa doença, segundo o levantamento da International Agency for Research on Cancer (Iarc), braço direito de pesquisa da OMS. A entidade estima que, caso nada seja feito para frear esses dados, esse número pode alcançar a marca de 3,01 milhões de mortes em 2040, representando um aumento de 66,7%. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) registra cerca de 30 mil óbitos anuais por câncer de pulmão. Em entrevista ao Radar Noticioso, o médico especialista em cirurgia torácica, Dr. Antonio Rissoni Jr., trouxe o destaque sobre uma das sequelas da Covid-19, que é a estenose da traqueia, ou seja, a obstrução da região interna deste órgão que pertence ao sistema respiratório.
O especialista explicou sobre a é traqueostomia e quando o paciente precisa desse procedimento. “Quando o paciente está intubado, respirando por aparelhos, o médico que tentar fazer o paciente evoluir, retirar o tubo e voltar a respirar normalmente em 15 dias. Isso tem que acontecer por causa da inflamação causada pelo balãozinho do tubo, que serve para manter o tubo locado e não dar escape aéreo. Só que o balão causa uma isquemia na parede na traqueia, e isso machuca porque chega menos sangue na região. Vai causando uma necrose, uma morte do tecido e uma reação inflamatória, então não pode passar de 15 dias”, ressaltou. “Quando passa de 15 dias, temos o aumento do risco de estenose de traqueia, que é a diminuição do espaço em que passa o ar, por conta da inflamação. Então, é indicada a traqueostomia”, explicou.
O cirurgião torácico comentou como a Covid-19 age no corpo humano e de como os médicos mudaram a forma de interpretar o vírus. “Hoje a Covid-19 é uma síndrome gripal, que afeta a parte pulmonar, mas também afeta muito a parte vascular do pulmão. A gente tratava como pneumonia viral, mas com o passar do tempo, a gente viu que ela tinha outros eventos agregados. Teve muito paciente evoluindo para tromboembolismo pulmonar, que é uma formação de coágulo que acaba obstruindo a passagem sanguínea para os pulmões e causa algo como um ‘infarto’. É a isquemia, a falta de oxigenação”, enfatizou.
O especialista afirmou que existem poucos cirurgiões torácicos no Brasil e por isso, ele viaja por vários estados pelo convênio ‘Hapvida’. Quer saber mais? Acompanhe a entrevista completa.