Segundo o médico cardiologista Dr. Paulo Saraiva, a indústria tabagista faz parecer que os cigarros eletrônicos são ‘inofensivos’ mas deixa um alerta para você
SAÚDE: Usuários de cigarro eletrônico têm 42% de chance a mais de terem um infarto do que aqueles que não fazem uso do produto. Um sucesso entre os jovens, o chamado “vape” ou “pod” é mais um fator de risco para a saúde do coração. No Brasil, cerca de 14 milhões de pessoas têm algum problema no coração e cerca de 400 mil morrem por ano em decorrência dessas doenças, o que corresponde a cerca de 30% das mortes no país, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O Radar Noticioso recebeu o médico cardiologista e membro da Sociedade Paulista de Cardiologia, Dr. Paulo Saraiva, que trouxe uma série de orientações para a prevenção das doenças cardíacas com um alerta para os fumantes.
Segundo o médico cardiologista, a indústria tabagista faz parecer que os cigarros eletrônicos são ‘inofensivos’. “Esse é um dispositivo que caiu no gosto dos mais jovens, ele é pequeno e a própria indústria que produz o aparelho fez com que ele fosse pequeno e tivesse uma imagem inofensiva fazendo com que tivesse uma explosão no consumo desse dispositivo. Cada vez mais jovens a partir dos 12 anos tem utilizado e como é um dispositivo pequeno passa despercebido”, ressaltou.
O cigarro eletrônico pode ter formatos variados, mas o seu funcionamento é o mesmo: aquece um líquido até que vire um vapor a ser tragado. Quando o usuário aperta um botão ou apenas traga o objeto, a bateria do aparelho faz uma corrente elétrica percorrer uma bobina. “Esse trajeto gera calor, o fenômeno conhecido como Efeito Joule e geralmente esses dispositivos são compostos por propileno glicol, glicerina e outras substâncias naturais e sintéticas para conferir sabor”, comentou.
“A indústria do tabaco fez parecer que aquilo era só uma inalação de vapor e que não tinha os malefícios do cigarro. O vape ou pod tem duas mil substâncias químicas ali que já são comprovadas. Na ideia do pessoal mais novo e a indústria mesmo faz parecer que aquilo é um produto inofensivo, mas não ele é um produto nocivo tanto quanto o cigarro convencional. Um pod daquele que seria para acabar a essência tem cerca de 300 tragadas e isso é o equivalente a três maços de cigarro, tem adolescente que acaba com um em uma noite em uma festa. Estes dispositivos também causam dependência idêntica ao cigarro convencional”, destacou.
Dr. Paulo Saraiva alertou que o cigarro eletrônico não ajuda a parar de fumar. “Muitas pessoas falam que pararam de fumar e que só fumam o cigarro eletrônico, mas como eles também contém nicotina, na verdade, o fumante está trocando um vício pelo outro. Não tem um tabagismo melhor do que o outro, tudo é um vício”, afirmou o médico cardiologista.
Quer saber mais sobre os malefícios do cigarro eletrônico? Acompanhe a entrevista completa.