A enfermeira especialista em Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar do Hospital e Maternidade Mogi-Mater, Katia Andressa da Silva, explicou como é a transmissão da doença e quais os cuidados que as pessoas precisam ter nesse momento
SAÚDE: Alto Tietê ultrapassa 50 casos de monkeypox, doença conhecida como “varíola dos macacos”. Apenas em Mogi das Cruzes são 10 ocorrências positivas. De acordo com o último levantamento, a cidade tem 41 notificações suspeitas descartadas, enquanto aguarda os resultados de outros 11 casos, que seguem em análise. O vírus causador da doença foi descrito pela primeira vez em 1958 e no Brasil a doença foi erradicada em 1977, uma conquista possível por meio da vacinação. O inconveniente surto do vírus no período pós-pandemia vem 45 anos após a erradicação, preocupando especialistas que ainda analisam a letalidade e dupla infecção. Acompanhe o destaque com a entrevista da enfermeira especialista em Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar do Hospital e Maternidade Mogi-Mater, Katia Andressa da Silva, que trouxe orientações sobre como prevenir a monkeypox. Ela também respondeu as principais dúvidas dos ouvintes e internautas.
“É importante que as pessoas saibam que a varíola não é culpa dos macacos, ela foi identificada na década de 50 em macacos de laboratório. Então ela existe faz tempo, mas não tinha essa proporção mundial e nem é culpa dos macacos”, comentou.
A enfermeira ressaltou que o vírus tem um período de incubação de 5 a 21 dias. “Ou seja, a partir do momento que eu entro em contato com o vírus até o momento que eu vou desenvolver sintomas demoram de 5 a 21 dias. Inicialmente começa com uma febre, mialgia, dor nas costas, sensação de exaustão e isso dura de 1 a 3 dias. Depois disso começam as lesões de pele. A gente tem primeiro as máculas que são as manchinhas com discreta elevação na pele. Depois vesículas que são as bolhinhas com líquido claro, depois as pústulas que são as bolhinhas com pus e depois a gente tem a fase de crosta que são as feridas com casquinhas. Só para a transmissão da doença depois que passa por todas as fases de bolhas, então até ter a finalização de todas as crostas e coberta por pele nova, a pessoa ainda pode transmitir a monkeypox”, destacou.
A especialista salientou que o vírus é transmitido por contato próximo com lesões, fluídos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados. “Por isso que não pode fazer sexo quando está com a doença, até com camisinha não é recomendado o contato”, avisou.
Quer saber mais sobre as recomendações da especialista? Acompanhei a entrevista completa.