O Ministério da Saúde aponta que uma em cada três crianças com idade entre 5 a 9 anos está acima do peso no Brasil
SAÚDE: Com a pandemia da Covid-19, muitas crianças e adolescentes tiveram um comprometimento no estado nutricional e mudanças no padrão alimentar, o que afeta diretamente a saúde e a qualidade de vida. Em uma nova realidade proporcionada pelo coronavírus, as crianças em idade escolar se adaptaram a uma vida mais caseira e virtual nos últimos dois anos. Antes dessa crise sanitária, um levantamento do Ministério da Saúde, feito em 2020, já apontava que uma em cada três crianças com idade entre 5 a 9 anos estava acima do peso no Brasil. Para destacar o assunto, o Radar Noticioso recebeu a nutricionista materno-infantil, mestre e doutora em Ciências, Dra. Adriana Nagahashi, que trouxe dicas sobre alguns comportamentos e hábitos que podem ser ensinados para as crianças.
Segundo a nutricionista, o primeiro passo é que os adultos assumam a responsabilidade pelo que o menor consome, visto que ele é quem tem o poder de compra. “Importante a família ter organização, pegar um dia mais tranquilo da semana e pensar no que vai acontecer naquela semana. Pensar nas compras, olhar o que não tem, ir ao supermercado e comprar tudo o que vai precisar na semana inteira, incluindo o que as crianças vão levar na escola. Quando falta planejamento, a família opta pelo mais fácil, acaba dando dinheiro para a criança que vai comprar o que gosta na escola. Ou então, opta por pacotinhos, bolachas, refrigerantes. E tentar seguir horários para aquela criança”, aconselhou.
De acordo com a especialista, o principal objetivo ao pensar em uma adequação da alimentação é fazer com que as crianças voltem à rotina. “As crianças, com a pandemia, não tem horário para dormir, acordar e se alimentar. E tem o lado psicológico, as crianças ficam ansiosas, com medo, e acabam comendo. As famílias têm que colocar rotina para tudo. Precisam entender que, por mais que a pandemia possa durar muito tempo, a criança precisa ter uma rotina, senão o problema vai ser muito grande”, enfatizou.
A preocupação da Dra. Adriana Nagahashi com os índices apresentados pelo Ministério da Saúde é porque revelam que a saúde das crianças mesmo antes da pandemia não era estava boa, e durante a pandemia “foi duramente negligenciada”. Os pequenos estão “engordando igual adultos”, segundo a nutricionista. “Eu atendo em consultório e vejo as repercussões e o que aconteceu com essas crianças. São crianças de cinco, sete, oito anos de idade que engordaram iguais adultos, cerca de 10 quilos. Isso tem acontecido com muita frequência. Não é pela questão estética, mas a criança vai adiantando o que, às vezes, iria acontecer com 50, 60 anos. Os problemas vão acontecer com 10 anos”, ressaltou.
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