A mogiana participou do reality “Merendeiras do Brasil”, do FNDE. Ela exerce a função há 15 anos e é uma das responsáveis por preparar a alimentação de mais de 700 alunos.
ESPECIAL: Após uma trajetória de sucesso no reality show “Merendeiras do Brasil”, a mogiana e Auxiliar de Desenvolvimento de Educação (ADE) Geralda de Oliveira, a tia Gê, conquistou o quarto lugar no programa, realizado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Nascida em Mogi das Cruzes, ela trabalha há 16 anos na Secretaria de Educação, e destes, 15 anos na EM Profª Florisa Faustino Pinto, no Oropó. Ela contou no Radar Noticioso como foi a experiência de concorrer à premiação e do reconhecimento ao seu trabalho.
A merendeira comentou que o primeiro contato com a comida e o fogão foi aos 10 anos, quando sua irmã nasceu com problema no fígado. “A primeira coisa que eu fiz de comida foi cozinhar soja para fazer leite para minha irmã porque ela nasceu com 90% do fígado ruim. Precisou fazer uma cirurgia de emergência com 20h de nascida e ficou internada quase 1 ano e meio no Hospital das Clínicas. Com 10 anos eu estava fazendo a 4ª série e minha mãe me tirou da escola para cuidar da minha irmã. Naquela época não tinha leite de soja disponível, então a gente tinha que cozinhar soja, espremia no tecido porque a gente não tinha liquidificador e por na mamadeira para dar para ela. Naquela época não tinha leite de soja disponível, então a gente tinha que cozinhar soja, espremia no tecido porque a gente não tinha liquidificador e por na mamadeira para dar para ela”, enfatizou.
Para a profissional, o comum entre todas as participantes é o amor pela profissão. “Eu não escolhi ser merendeira, eu quis ser merendeira. Vejo que não estou sozinha nessa jornada, tem muitas que fazem por amor mesmo e pela criança. Como é bom saber que no Brasil inteiro tem pessoas que gostam de trabalhar na merenda escolar, sabem que a criança necessita deste carinho e do alimento”, ressaltou. Em Mogi, ela é responsável junto à equipe da cozinha da unidade escolar, pela alimentação de mais de 700 alunos.
Ela fez parte de um grupo de 15 profissionais de diferentes regiões do país que foram selecionadas para participar do programa e representar mais de 300 mil brasileiras. O programa, exibido em rede nacional, começou a ser transmitido no início de maio e terminou no dia 26 de junho.
Após perder duas filhas, a Cristina que faleceu por problemas de coração e a Kimberly engasgada com leite de peito, Geralda de Oliveira decidiu reagir. “Ninguém consegue mensurar como dói perder duas filhas e quando eu entrei na Prefeitura fazia 12 anos que a minha filha caçula tinha morrido engasgada. Eu entrei na creche Sebastião Silva lá no Jardim Layr e nos primeiros 15 dias, apesar de ser ADE, estava precisando colocar uma pessoa no berçário e depois da minha filha morrer engasgada eu nunca mais dei nada para um bebê. Nunca mais tinha pegado um bebê no colo, tinha um certo trauma de pegar um bebê no colo e lá foi curado o meu trauma. Nunca vou me esquecer da Manu que tinha refluxo e o Isaac que também tinha refluxo e eu tive que dar mamadeira para eles. Foi um processo de cura e com o tempo eu fui vendo que eu era capaz de pular essa etapa ruim da minha vida”, contou.
Depois dos filhos ficarem mais velhos, Geralda de Oliveira resolveu voltar a estudar contra a vontade do seu ex-marido. “Voltar a estudar mudou a minha vida e ali entrou a Dona Ana, minha professora de Matemática. Em 2002 eu já estava na 7ª série e ela me disse que a Prefeitura de Mogi das Cruzes tinha aberto vagas para ADE e ela me disse: “eu vou ajudar você e quem mais quiser aprender a estudar para o concurso. E também me chamou para trabalhar com ela quase quatro anos e foi o tempo da Prefeitura me chamar”, afirmou.
Acompanhe a entrevista completa.