domingo, maio 19

Fórum Mogiano LGBT questiona vereadores com entrave de Projeto de Lei na Câmara

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Vice-presidente do Fórum, Alexandra Braga, reivindica e reclama da falta de de interesse da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Social em deliberar projeto da Parada LGBT

DIVERSIDADE: Em Mogi das Cruzes, a Comissão de Direitos Humanos e Assistência Social da Câmara Municipal travou o Projeto de Lei (PL) para inclusão da Parada LGBT no Calendário da cidade. O projeto que foi elaborado pelo Fórum Mogiano LGBT já passou pelas principais comissões, mas agora aguarda a assinatura e parecer de três vereadores, que estão demorando para deliberar o parecer a favor ou contra o projeto. Acompanhe a a entrevista especial da vice-presidente do Fórum Mogiano LGBT, Alexandra Braga, que também comentou sobre a importância do Dia Nacional da Visibilidade Trans, celebrado no dia 29 de janeiro. A data simboliza a luta pela garantia da proteção social à população transexual e travesti e ganha um evento especial em Mogi. O Fórum e outras organizações realizam amanhã (28/01), às 19h, no Auditório da Câmara Municipal, uma roda de conversa sobre o tema.

Segundo Alexandra Braga, o Projeto elaborado pelo Fórum, requisitou que a Parada de Orgulho LGBT seja incluída ao Calendário oficial de turismo e eventos do município. A proposta tramitou normalmente, aprovada nas principais comissões, mas em meados de 15 de dezembro de 2021, o Projeto travou na Comissão de Direitos Humanos e Assistência Social, cujos membros são os vereadores, Malu Fernandes (Solidariedade), Pastor Osvaldo Antonio da Silva (Republicanos) e Johnross Jones (PODE). Ela acusou a bancada cristã de criar dificuldades para a aprovação.

De acordo com a representante do Fórum, o impasse é de natureza ideológica e outras situações a fizeram interpretar a situação dessa forma. “A vereadora Malu já me chamou de Alexandre”, o que teria demonstrado recusa em aceitar a identidade de gênero dela, como mulher transexual. Desde 2018 a Lei no Brasil determina a legitimidade da troca de dados pessoais, como nome, do registro civil e documentos de identificação. “Isso é crime de transfobia”, acusou.

Alexandra Braga destacou também os significados da nomenclatura LGBTQIA+. “Lésbicas, mulher com mulher; gays, homens que se relacionam com homens; bissexuais, que se relacionam com homem e com mulher; transexuais e travestis, pessoas que não se identificam com o gênero que foi imposto no nascimento. E tem a pessoa que se identifica como mulher transexual, não necessariamente precisa ser aquela que sofreu redesignação de sexo, ter feito a cirurgia como eu”, esclareceu.

Outros gêneros pouco comentados são aqueles que se identificam como pansexuais e queers. “Aqueles que se entendem como pansexuais transitam entre os gêneros, eles gostam de homem e de mulher, transexuais ou cis”, explicou. Ela comentou sobre os queers e confessou que não compreende todas as circunstâncias da identidade, citando o caso da filha do apresentador do “BBB 22”, Tadeu Schmidt. A jovem Valentina Schmidt, de 19 anos, declarou ser uma pessoa queer em suas redes sociais. Se trata de minorias sexuais que não são heterossexuais ou não são cisgênero.

Em meio a tantas discussões, Alexandra Braga contou sua própria história e elucidou: “eu sou uma mulher trans e sou heterossexual. As pessoas confundem muito isso. Porque a gente fala de gênero, no que diz respeito a como a pessoa se sente, é como ela se apresenta. E por quem ela se atrai, com quem se envolve, não tem nada haver com como ela se identifica, que se trata de orientação sexual, não gênero”.

A vice-presidente do Fórum deixou um convite especial para a noite de amanhã, sexta-feira (28/01). “A gente vai fazer uma roda de conversa, começa as 19h, eu sou uma das convidadas que vai fazer um depoimento, junto com outras três pessoas, vai ter palestras especiais. A gente vai fazer um coffee break (pausa) e retornar para discutir o respeito, a dignidade da pessoa humana, a defesa dos direitos. O evento vai acabar aproximadamente as 22h”. A iniciativa é do Fórum Mogiano LGBT, em conjunto com outras organizações e mandatos parlamentares, no Auditório da Câmara Municipal de Mogi das 19h às 22h. O encontro tem como objetivo ampliar o debate das políticas públicas para travestis, mulheres transexuais, homens trans e pessoas transgêneros.

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