Segundo o padre Carlos Duarte, o exorcismo é um ritual praticado por padres habilitados e com a autorização do bispo
Um ritual milenar praticado por padres católicos, na história da humanidade o exorcismo não é algo incomum, há relatos de que outras culturas também realizavam rituais semelhantes a esse. Atualmente, a Igreja Católica Apostólica Romana ainda acredita em possessões diabólicas e seus sacerdotes realizam o “exorcismo real”, com o objetivo de expulsar demônios ou espíritos malignos. O Radar Noticioso recebeu o exorcista da Diocese de Mogi das Cruzes e vigário da Catedral de Mogi, padre Carlos Duarte.
Desde 2013 em Mogi das Cruzes, ele contou que descobriu cedo a sua vocação. “Fui percebendo através de sinais algumas realidades que me cercavam que eu me realizava desta forma. Ajudando o próximo, também dentro dos trabalhos da igreja e eu fui percebendo que minha vocação é essa”, comentou. Já realizando seu propósito, ele explicou o papel de um padre exorcista, “o padre exorcista é aquele que tem a autorização do bispo para realizar o exorcismo se ele achar que é necessário. Então nós temos um curso próprio, eu fiz o curso em 2019 no Rio de Janeiro, ministrado por um grupo de exorcistas que vem de Roma. Então tenho a formação e além da formação, a autorização do bispo Diocesano Dom Pedro”, explicou.
“Tentação é a ação ordinária do demônio para tudo, o demônio não obriga a pessoa, ele oferece”, ressaltou o vigário em complemento à afirmação de que todas as pessoas são tentadas por ‘espíritos malignos’. A exemplo disso, ele comentou que “o diabo quando foi tentar Jesus no deserto, não levou um pão e disse ‘toma aqui’, ele incitou a possibilidade, ‘se tu tens fé, transforma essa pedra em pão’, então ele não tem nada a nos dar ‘concretamente’, ele nos oferece”, afirmou.
Uma dúvida que muitos tem é para quem vale a ‘exorção’? O padre Carlos Duarte explicou que primeiro a Igreja se certifica se há algum caso de “ação extraordinária do demônio”. “O grande trabalho do padre exorcista é identificar esses casos, averiguar se não é um caso de doença psíquica e vai muito além daqueles shows, aquelas coisas que mostram os filmes”, enfatizou.
Após a identificação, começam as sessões de acompanhamento, onde o padre tem a missão de entrevistar a pessoa. É um processo bem longo, preciso entender a história de vida da pessoa. O exorcismo em si, é um ritual, a gente tem um livro, com 27 páginas, assim como a gente tem um livro de batismo, e enfim a gente faz sessões de exorcismo”, afirmou.
Ele também esclareceu que um equívoco que muitos cometem é o associar freis à imagem de padres. “Muitos freis viram padres. Mas frei é aquele que tem voto de castidade, pobreza e obediência dentro de uma Congregação”. De outra forma, basicamente todos aqueles que professam a fé, podem se tornar freis, desde que tenha entre 18 e 40 anos, seja solteiro e sem dívidas, conforme exige a instituição Católica.
Quer saber mais sobre exorcismo? Acompanhe a entrevista completa.
