sexta-feira, maio 17

Engenheiro Joni Matos faz uma análise do desmoronamento que ocasionou em uma cratera na Marginal Tietê

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Segundo o diretor do CREA-SP, diversos fatores podem ter contribuído para que o desmoronamento ocorresse na Marginal, mas por enquanto todas as análises são apenas hipóteses

ENGENHARIA: Uma cratera se abriu na Marginal Tietê após o asfalto ter cedido ao lado de uma obra da Linha 6-Laranja do Metrô, em São Paulo, na última terça-feira (1° de fevereiro). O acidente causou um grande transtorno para a população e às autoridades, além de colapsar o tráfego de veículos. A causa do desmoronamento que ocorreu no sentido Ayrton Senna, via que dá acesso para o Alto Tietê, ainda é investigado pelo Ministério Público de São Paulo.
Para explicar o que aconteceu na capital paulista, o Radar Noticioso recebeu o professor universitário e diretor do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (CREA-SP), Joni Matos, que fez uma análise do caso. Ele também destacou como foi feito o reparo dentro de 48h com 20 mil toneladas de concreto, o que seria o suficiente para erguer 6 prédios de 16 andares.

Após a concretagem, foi descartada a colocação de estacas para deter a erosão do solo. Com isso, a pista da Marginal Tietê poderá ser liberada até a madrugada de amanhã, sexta-feira (04/02). Uma das hipóteses levantadas pelo diretor do CREA-SP é que a chuva forte que caiu em São Paulo nos últimos dias provocou uma sobrecarga que levou à ruptura da adutora, e se uma erosão foi consequência dessa ruptura, que então causou o colapso na região. “As perícias vão trabalhar, vão passar uma radiografia, um panorama técnico do que realmente aconteceu e hoje a gente só pode falar em hipóteses. Tem uma série de fatores para isso ter acontecido e não é só a obra do metrô que é pujante, você tem aquele esgoto que invadiu o poço da linha 6 que vem de uma super tubulação de esgoto que passa ali do lado e que faz parte de um projeto mais amplo. Aquela rede de esgoto que passa ali e que foi a origem do problema e para vocês terem uma ideia passam por ali 2.200 litros de esgoto por segundo. É gigante. Então a gente teve a convergência de duas obras enormes, a do metrô é muito maior, mas acabou tendo um ponto de contato naquela região com a obra de esgoto. A gente pode traçar possibilidades que podem ter sido gatilhos para que aquilo acontecesse. Pode ter desde efeitos causados pela saturação do solo em função da chuva somado a isso você pode ter até as próprias vibrações no solo causados pelo ‘tatuzão’. Também não pode ser descartado neste momento uma colisão entre o ‘tatuzão’ e a tubulação que aí pode ter uma série de implicações e razões”, explicou.

Joni Matos comentou que o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (CREA-SP) visitou canteiros de obra da linha Laranja pela última vez em setembro de 2021 e afirmou que as licenças e atribuições de responsabilidade da obra estavam em dia, sem nenhuma irregularidade.  “O CREA-SP lavrou uma notificação para solicitar a documentação referente ao ocorrido e os responsáveis têm 10 dias para responder à notificação. Após esse período, será aberto processo administrativo para uma eventual responsabilização profissional”, ressaltou.


Segundo informações do site do CREA-SP, atualmente a Linha 6-Laranja de Metrô é a maior obra de infraestrutura urbana da América Latina em andamento. Com 15 quilômetros de extensão terá 15 estações, ligando Brasilândia, na Zona Norte da cidade, à estação São Joaquim, na região central. Trata-se de uma Parceria Pública Privada do Governo de São Paulo com a concessionária Linha Universidade, da qual o grupo Acciona é sócio e responsável pela construção. Com investimento de R$ 15 bilhões, a linha atenderá cerca de 633 mil pessoas por dia.

Quer saber mais o que pode ter ocasionado o desmoronamento que ocasionou em uma grande cratera na Marginal Tietê? Acompanhe a entrevista completa.

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