Secretário de Saúde de Mogi das Cruzes ressaltou que 90% dos casos que chegam às unidades de saúde não são graves
SAÚDE: Média móvel de casos de Covid-19 sobe 13 vezes nas últimas duas semanas no Alto Tietê e disparada de casos da síndrome gripal exigem ampliação de atendimento em Mogi das Cruzes. A circulação dos vírus exigiram mais da rede pública de saúde, em menos de uma semana Mogi designou duas Unidades Básicas de Saúde ao atendimento exclusivo de pacientes com sintomas da Influenza H3N2, a UBS Vila Suíssa e UBS Alto do Ipiranga. Além da temeridade pelo risco de infecção dupla, ‘Flurona’, novas recomendações do Ministério da Saúde sobre a redução do isolamento geram dúvidas na população. Aconteceu a entrevista com o secretário de Saúde da Prefeitura de Mogi das Cruzes, Dr. Zeno Morrone, que destacou todas as orientações sobre quando e em qual condição eu devo procurar um equipamento de saúde. Ele também comentou sobre as diretrizes para conter o avanço das infecções e respondeu as dúvidas de ouvintes e internautas.
O secretário disse que a população está passando por uma situação difícil, mas que não é necessário desespero. “É uma situação bastante difícil porque existe procura imensa nas unidades de saúde. Todas, não só públicas quanto privadas, estão lotadas de pessoas que acham que precisam de coisas, mas nem sempre é assim. Não temos vagas, o último aumento de vagas em hospitais foi no Municipal e no Luzia, agora, está com restrição em número de internações. Não sabemos para onde mandar os pacientes”, avaliou.
Dr. Zeno Morrone afirmou que é necessário buscar o atendimento médico em unidades de saúde apenas quando os sintomas forem mais expressivos. Isso porque, de acordo com ele, o número de pessoas com sintomas leves nos postos é muito maior do que deveria ser. “Existe um pânico na população que não deveria existir. Deveríamos ter um senso na procura por unidades de saúde. Eles (os pacientes) são classificados quando chegam e 90% estão na classificação verde (com pouca urgência). Muitas pessoas não precisariam estar ali, poderiam cuidar da gripe em casa. A gente sabe que a pessoa, ficando em casa dois, três dias, precisa de atestado, e isso sobrecarrega as unidades. Temos pessoas que têm comorbidades há muito tempo e procuram o socorro para melhorar aquilo que já vem de muito tempo”, enfatizou. “Todos nós já tratamos as nossas gripes anteriormente. Chupar uma pastilha, fazer gargarejo, tomar anti-inflamatório enfim, está com sintomas, faz o que tá acostumado. Se a febre persistir, se tiver falta de ar, aí sim procura a unidade. Se você for em uma unidade, há várias pessoas lá que podem te contaminar com outra coisa”, reforçou.
O secretário destacou que a cidade está descentralizando os serviços de saúde e colocando os casos, conforme suas gravidades, nos locais indicados. Ele também lembrou que algumas unidades de saúde da cidade já estão sendo dedicadas a casos de gripe. “Em Mogi, optamos por descentralizar os atendimentos para a gripe. As unidades do Programa de Saúde da Família (PSF) estão colaborando conosco. Colocamos para atendimento as UBSs também, e agora temos unidades específicas pra gripe, como na Vila Suíssa e no Alto do Ipiranga. Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Oropó, Rodeio e Jundiapeba, temos os casos complicados e os ainda mais complicados vão para o Hospital Municipal”, explicou.
Dr. Zeno Morrone disse que a cidade está tendo dificuldades para adquirir medicamentos, que pedidos são feitos, mas que não são entregues. Mogi está tentando, ainda, implantar um serviço de telemedicina, que visa atender à população sem a necessidade de ir para uma unidade de saúde e que o número de testes disponíveis é pequeno. Por isso, a Secretaria de Saúde está optando por testar as pessoas que apresentam casos mais graves.
“Não temos uma quantidade grande de testes, então temos que priorizar casos mais graves. Neste caso, a gente faz tomografia também. E todo mundo chega querendo fazer o teste. Dos casos graves – dos testes que fazemos -, 40% dão positivo. Muitas vezes, a pessoa quer fazer o teste de qualquer forma, mas é difícil”.
Sobre os furtos às unidades de saúde – assunto que tem ganhado destaque até nos giros de notícias policiais do Radar Noticioso -, o secretário lamentou e disse que esses casos só atrapalham na realização de um atendimento que já é difícil. “Isso tem nos deixado muito tristes. Cada hora é uma unidade furtada e não tem guarda pra todas as unidades. Estamos fazendo de tudo para atender à população, e isso gera um transtorno muito grande. Não faça isso. Prejudica você mesmo”, pediu.
Ele também comentou sobre as diretrizes para conter o avanço das infecções e respondeu as dúvidas de ouvintes e internautas. Entre os destaques, o secretário explicou como o município está se preparando para dar início à aplicação das imunizantes contra o coronavírus nas crianças de 5 a 11 anos. A expectativa é de vacinar mais de 40 mil crianças em Mogi. Por isso, uma equipe de Saúde iniciou treinamento na quarta-feira (12/01) para aplicar as doses.
Quer saber mais sobre as orientações do secretário de Saúde? Acompanhe a entrevista completa.