Para uma maternidade, é fundamental sermos resilientes e flexíveis, mas o grande desafio está em encontrar o ponto para não acabar sendo omissa
Sabemos que ser uma mãe tirana e controladora não só não é saudável, como também nos distancia de qualquer chance de ser boa mãe. Mas daí a entender como ser uma mãe flexível sem ser omissa é um desafio e tanto.
Claro que nem toda mãe estará disposta e preferirá apelar para as velhas receitas de controle, manipulação, privação e etc, mas certamente pagarão o preço do afastamento assim que os filhos puderem agir por si mesmos.
Mas então, como ser uma mãe flexível, ao invés de ser omissa?
A primeira coisa que temos que ter em mente é que nem sempre vamos acertar. Por vezes, vamos errar.
Mas ao nos comprometermos em sermos uma mãe flexível, até mesmo errar e admitir os erros, diminuindo assim seus impactos e prolongamentos, se torna muito mais fácil, afinal os filhos passam a nos ver como humanas e como pessoas capazes de relevar, de ponderar e, claro, de errar e merecer novas chances.
Diferente de quando uma mãe é muito rígida e, portanto, não pode se permitir reavaliar suas próprias atitudes, já que não permite erros dos filhos e se coloca como arauto da tirania.
Ok. Já entendemos que ser uma mãe flexível traz inúmeras vantagens não só para os filhos e para a maternidade, mas para a própria mãe, em si. Mas como me tornar uma mãe flexível?
1- Coloque-se no lugar dos filhos
Isso mesmo! O primeiro exercício para se tornar uma mãe mais flexível e leve é a EMPATIA: nos colocar no lugar dos filhos.
Tente se lembrar de como você se sentia naquela época quando era menosprezada, deixada de lado, desrespeitada e nem ao menos ouvida e tente fazer diferente do que faziam com você.
2- Nunca menospreze os sentimentos e motivos dos seus filhos
Mesmo você sendo adulta, ainda dói quando menosprezam seus sentimentos e seus motivos, não é mesmo?
Agora, imagine o quão duro deve ser para os filhos serem menosprezados pelos próprios pais e terem seus sentimentos tratados como tolices?
3- Ouça tudo, entenda exatamente o que os filhos querem dizer antes de se posicionar
Ouvir é uma tarefa primordial para uma boa mãe. E não estamos falando exatamente do sentido da audição, não.
Estamos falando de dar atenção, de mostrar interesse, de se importar de verdade com o que os filhos dizem e querem dizer.
4- Não precisa responder tudo na hora
Uma das melhores coisas que fiz por mim, pela minha maternidade e, consequentemente pela minha filha, foi a de incorporar à nossa dinâmica uma ideia de espaço, respeito e, sobretudo, de tempo para pensar sobre as situações.
Assim, quando ela me expõe ou pede algo eu não me sinto mais obrigada a responder ou a reagir na mesma hora e posso pedir um tempo para pensar sobre e, sinceramente, como é bom poder pensar antes de simplesmente decidir tudo no sopetão.
5- Saiba como e quando dizer NÃO
Ser flexível é diferente de ser omissa e isso significa exatamente o que está sendo dito.
Apesar dessa ser uma confusão comum e mães flexíveis terem que, constantemente, encarar pessoas de fora alegando que ela é omissa, que deixa tudo ou que leva tudo muito “na maciota”, a verdade é que está longe de ser a mesma coisa.
Ser omissa é não ser capaz de dizer não e de se posicionar a respeito das coisas, o que é diferente dessa ideia retrógrada e controladora de se impor.
Ser flexível, por outro lado, é ser capaz de entender os motivos, sentimentos e pensamentos dos filhos e, por conta disso, pensar em formas respeitosas de se posicionar, de maneira que os filhos possam entender porque está sendo dito NÃO e, assim, também corresponderem de volta de forma muito mais respeitosa.
É dizer NÃO de forma cuidadosa, sem histeria e sem necessidade de gritos, ofensas, humilhações e violência, a fim de preservar a saúde mental dos filhos, a nossa e, sobretudo, preservar os laços afetivos valiosos e de qualidade, para que no futuro eles nos enxerguem como seus exemplos de ponderação e não como meros reforços de suas inseguranças.
E por que é importante se tornar uma mãe flexível?
Porque só assim será possível preservar um clima saudável e gostoso dentro de casa, mesmo nos dias mais complicados, a fim de que eles sempre queiram voltar.
Se escolhemos ser omissas ou controladoras, além de estarmos escolhendo não conhecer de verdade quem são os nossos filhos, já que não damos abertura para que sejam quem de fato são diante de nós, também estamos criando uma relação onde eles não veem a hora de romper, ou porque nos acham fracas demais para nos posicionar ou porque nos acham insensíveis e incapazes demais de enxerga-los como são.
Assim, vale o esforço de cuidar de uma criação baseada em afeto e não mais em hostilidades, já que pais e mães de verdade não precisam provar poder.