O ex-prefeito de Mogi das Cruze, Junji Abe, viu a obra de duplicação da rodovia Mogi-Dutra acontecer e se manifesta contra o edital da Artesp e a intenção do Governo colocar pedágio dentro da cidade e critica: “não seríamos recompensados de nenhuma forma”
PEDÁGIONÃO: Junji Abe escreve carta ao governador João Dória (PSDB) contra a implantação de praças de pedágio na Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga. O empresário rural, ex-prefeito, ex-vereador, ex-deputado estadual e federal, destaca “gigantescas contribuições oferecidas pelos municípios do Alto Tietê ao Estado e sua população, sem jamais terem recebido um pingo de consideração de governantes”.
Ele participa hoje do Radar e traz detalhes sobre a duplicação da Mogi-Dutra, que ocorreu em 2005 quando era prefeito da cidade e inaugurou a rodovia ao lado do governador Geraldo Alckmin.
Junji Abe conta que tudo começou partindo de um pedido seu para duplicar trecho da Mogi-Dutra em 1997, ao então governador Mário Covas, que negou a possibilidade por falta de verba. O então deputado deixou acordado que se conseguisse viabilizar o dinheiro do projeto, o governador trabalharia ao seu lado para a conquista da duplicação que na época beneficiaria 350 mil moradores da região e 25 mil motoristas que trafegavam pela rodovia diariamente. Conseguiu através do Governo os R$ 100 mil e iniciou a pressão para que Covas executasse a obra.
Em 2000, Junji Abe venceu a eleição e começou o seu mandato como prefeito em 2001, mas Covas faleceu e quem deu continuidade pelo governador Geraldo Alckmin. A duplicação foi inaugurada em 2005.
Em sua carta ao governador João Doria, Junji escreveu: “ombreio-me às manifestações de todos da Região, que lutam contra a instalação dos malfadados postos de pedágio. Agrego as gigantescas contribuições oferecidas pelos municípios do Alto Tietê ao Estado e sua população, sem jamais terem recebido um pingo de consideração de governantes”.
Em determinado trecho, ele ainda cita a luta de Mogi e região pela conquista de uma compensação ambiental. “Refiro-me às construções de seis barragens para contenção de enchentes nas cidades de São Paulo e demais a sua montante: a) Rio Claro, entre Salesópolis e Biritiba Mirim; b) Ponte Nova, em Salesópolis; c) Taiaçupeba, na divisa entre Suzano e Mogi; d) Jundiaí, em Mogi; e) Biritiba Mirim, divisa entre Biritiba e Mogi; e f) Paraitinga, em Salesópolis. Exceto a de Rio Claro, as outras cinco foram transformadas em reservatórios para fornecer água a milhões de paulistas…”. Segundo o ex-prefeito, hoje só cidades que tem hidroelétricas recebem a compensação, mas devido ao investimento e despesas do custo de sistema hídrico para o abastecimento de água, já valem a compensação ambiental.
“Apelo que aborte os pretendidos postos de pedágio. Se não for pela certeza do futuro macabro que as cobranças significam, que seja para honrar os inomináveis sacrifícios já ofertados pelo povo do Alto Tietê!”, destaca.
Acompanhe a entrevista completa de Junji Abe que se coloca como cidadão mogiano nessa luta contra o pedágio na Mogi-Dutra.