Em alusão ao mês de conscientização sobre a saúde mental com o Janeiro Branco, a médica psiquiatra Dra. Angela Mori, traz orientações sobre hábitos para melhorar a qualidade vida e orienta como e quando procurar ajuda profissional
O Janeiro Branco tem o objetivo de chamar a atenção da humanidade para as questões e necessidades relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas e das instituições. Uma humanidade mais saudável pressupõe uma cultura de saúde mental no mundo. A campanha ocorre no primeiro mês do ano, porque em termos simbólicos e culturais, as pessoas estão mais propensas a pensarem em suas vidas, relações sociais, em suas emoções e em seus sentidos existenciais. E, como em uma “folha ou em uma tela em branco”, todas as pessoas podem ser inspiradas a escreverem ou a reescreverem as suas próprias histórias de vida. Pensar sobre o tema da saúde mental gera conscientização, combate tabus, muda paradigmas, orienta os indivíduos e inspiram autoridades a respeito de importantes questões relacionadas às vidas de todo mundo. Para comentar o assunto, o Radar Noticioso recebeu a médica psiquiatra, Dra. Angela Mori, que destacou os meios e possibilidades de contribuir com a campanha do Janeiro Branco.
Para a médica, o mês de campanha traz algumas importantes reflexões acerca do diagnóstico de transtornos e doenças psiquiátricas, como bipolaridade, esquizofrenia, e ansiedade. A partir da identificação com os transtornos, cria-se então o estímulo de adotar hábitos saudáveis. Ao contrário do que o senso comum pressupõe, o psiquiatra não é “médico de louco”, a Dra. Angela Mori explicou que os tratamentos medicamentosos são apenas uma parte da realidade de quem convive com dificuldades e doenças, e que muitas vezes, não reconhece a sua própria condição de saúde. “Os medicamentos entram como uma forma de trazer mais qualidade de vida, amenizando as manifestações indesejadas do problema relatado pelo paciente”, esclareceu. Desta forma, fármacos não são sinônimo de invalidez ou loucura, mas são sinônimos de mais saúde.
Sobre a diferença entre o atendimento psiquiátrico e psicológico para o suporte da saúde mental, ela respondeu: “o psicólogo é quem faz a graduação de Psicologia, então ele tem uma abordagem diferente, o tratamento dele é mais voltado para tratar de problemas e doenças emocionais. No trauma, ele atua ali no comportamento e em outras ramificações diversas que existem na psicologia clínica, com um tratamento de acompanhamento semanal, às vezes mais dependendo do caso. E o psiquiatra oferece soluções para os problemas de questão fisiológica, a gente medica e promove mudanças de hábitos que buscam promover mais qualidade de vida àquela pessoa”.
No entanto, o que parece fácil, nem sempre pode ser agradável na prática. A Dra. Angela Mori contou que uma das principais mudanças orientadas aos seus pacientes, sobre as mudanças de hábitos é a higienização do sono. Ela exige que adotem uma medida para evitar estímulos cerebrais antes da hora de dormir. “Desligar o celular duas horas antes do seu horário de ir para a cama, antes que o sono chegue. Tem muita gente que quer me matar por isso, mas é muito importante. Usar o telefone muito perto da hora de dormir pode impactar negativamente e você nem percebe na hora, aqueles sentimentos que te afligem e seu cérebro trabalha ao invés de entrar em estado de relaxamento”, comentou.
Um dos principais desafios para quem convive e sofre com sintomas de doenças psicológicas é identificar quando procurar ajuda profissional para conseguir conquistar uma vida mais saudável e estável. “Na rede pública a principal porta de entrada para a consulta e tratamento psiquiátrico é a Unidade Básica de Saúde, que faz o encaminhamento e depois é repassado ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que faz todo o acompanhamento”. A falta de atenção com a saúde mental pode gerar quadros de somatização que é quando a mente, por meio de pensamentos e do estado emocional em conflito, manifesta dores e doenças no corpo físico. Através das nossas condições psicológicas o corpo pode responder apresentando um problema que até então não existia. A médica explicou que “é comum verificar alergias, doenças de pele, cefaleia, a dor de cabeça constante e outros problemas não só de irritação na pele, mas problema intestinal e quando você vai investigar identifica doenças de cunho psicológico e psiquiátrico”, concluiu.
A psiquiatra, Dra. Angela Mori, atualmente atende na Animo Integri Saúde, Clínica de saúde mental em Mogi das Cruzes, localizada na Rua Manuel de Oliveira, 269 – Bloco 1, Sala 104 na Vila Mogilar. O contato pode ser feito através do telefone (11) 4790-7629, 24h por dia.