Com o triplo dos índices europeus o Brasil tem 340 mil nascimentos prematuros por ano. O especialista, Dr. Fernando Arruda, explica a importância de prevenção e tratamento com equipes de profissionais para cuidar da saúde da mamãe e do bebê. “Avançamos bastante mas precisamos melhorar os índices brasileiros”, destacou.
Hoje (17/11) é considerado o Dia Mundial da Prematuridade e foi criado para sensibilizar a população para um problema de saúde pública, a prematuridade, que atinge 15 milhões de crianças todos os anos ao redor do mundo. No Brasil, 340 mil bebês nascem prematuros todo ano, o equivalente a 931 por dia ou a 6 prematuros a cada 10 minutos, o dobro do índice de países europeus. Para alertar sobre os cuidados neonatais e a saúde durante a gestação, o convidado é o fisioterapeuta do Hospital e Maternidade Mogi-Mater, Dr. Fernando Arruda. Ele fez esclarecimentos acerca dos fatores que podem antecipar o nascimento do bebê, desde a ausência de cuidados no pré-natal, os hábitos de vida da mãe (como uso de drogas e álcool) ao estresse.
O especialista apontou que estresse, infecções urinárias, diabetes, obesidade e hipertensão, entre outras doenças, podem ocasionar a antecipação do nascimento. Não somente esses, mas os fatores ambientais e sócio demográficos também devem ser considerados. Até o cenário de pandemia pode afetar diretamente na saúde de mães e bebês. “Esse bebê que nasceu no começo da pandemia vai ficar mais em casa, então o desenvolvimento não foi igual. As notícias, só coisas ruins na televisão, noticiário, internet, afetando as gestantes. A prematuridade tem seus fatores essenciais, mas a partir de agora temos e teremos, fatores adversos como a situação da Covid-19”, destacou.
Na visão do especialista, que há 22 anos atua como fisioterapeuta, os reflexos e mudanças na medicina neonatal são perceptíveis. “A campanha do Novembro Roxo vem trazendo um cunho de humanização, preconizada especialmente nos últimos dois anos. Então além do foco em prematuridade, as ações visam esse cuidado com o emocional das mães”, ressaltou. Segundo ele, a perda de contato entre mãe e bebê, além dos protocolos, visitas restritas, isolamento materno, adotados nos últimos anos teriam afetado a rotina de cuidados no puerpério, especialmente se tratando da saúde mental.
“Muita mãe de primeira viagem tem muitas expectativas, não sabe como vai ser. Aí do nada o bebê vem antes, prematuro, é obrigado a ficar dois meses na UTI neonatal, então você imagina o vazio que se tem quando volta para casa. Acho que alguns conceitos irão mudar mais pra frente, até a estrutura dos hospitais, a humanização, a pandemia vai trazer algumas modificações”, analisou.
Apesar do elevado número de nascimentos prematuros e os riscos envolvidos, a maioria da população não está ciente que muitas vezes é possível prevenir o parto prematuro e suas consequências para a saúde do bebê. O número de bebês continua aumentando, apesar do número total de nascimentos estar diminuindo gradativamente, segundo os índices de natalidade. Isso significa na prática que em todo mundo há um aumento significativo de recém-nascidos vulneráveis a cada ano, bem como o número de chamados “ex-prematuros” é cada vez maior. Por isso os cuidados são essenciais em todas as etapas. “É importante não haver defasagem nos cuidados, a enfermagem é essencial, a nutrição, pediatria, fisioterapia”. Quer saber mais sobre a prematuridade? Acompanhe a entrevista completa.