A consultora em Educação Rosania Morales Morroni ressaltou que é necessário que as escolas se planejem para a volta às aulas, pois problemas vão acontecer: “precisa ter planejamento estratégico dos gestores”
EDUCAÇÃO: Redes municipais de Ensino do Alto Tietê não preveem oferta de aulas à distância ou em formato híbrido em 2022, de acordo com as Secretarias de Educação, diferentemente do que ocorreu até o final do ano passado. A partir de fevereiro as aulas seguem o calendário letivo 100% presenciais. Com relação à imunização de crianças entre 5 e 11 anos, tomada como medida de segurança para o retorno, pesquisa realizada pelo Governo de São Paulo indica de 86% dos pais querem os filhos vacinados. Na região, apenas 4 cidades informaram que estão preparando estratégias para aplicar as doses logo que as vacinas forem disponibilizadas para o público infantil, as Secretarias de Saúde de Ferraz de Vasconcelos, Mogi das Cruzes, Poá e Suzano. Outros municípios aguardam planos da diretriz estadual. Hoje o Radar Noticioso recebe a consultora em Educação e ex-dirigente de Ensino de Mogi das Cruzes, Rosania Morales Morroni, que destacou sobre as expectativas e desafios para o retorno às aulas. Como especialista, ela também faez uma análise sobre o resgate de alunos que sofreram com a evasão escolar ao longo dos quase dois anos de pandemia, e comentou sobre o combate ao déficit de ensino.
“Os desafios são muitos ainda porque quem pensa que vai voltar tudo ao normal, esquece que até esse ‘novo normal’ não existe. É um momento com grandes aprendizados, eu penso que um dos principais desafios é falar do aprendizado. A gente sempre quer falar primeiro das ‘desgraceiras’, mas temos que falar de aprendizado. O que as escolas aprenderam? A escola já se conscientizou que ela tem capacidade para trabalhar com situações adversas. Agora em março vamos fazer dois anos de uma situação atípica nas escolas. Atípica quer dizer uma educação remota. As escolas tiveram que ter um novo arranjo de tudo e se ‘replanejar'”, analisou.
A consultora em Educação destacou que os desafios vão continuar, mas que não da para ficar sem trabalhar e fechar tudo novamente. “Nós vimos quase que uma falência das pessoas, muitas famílias desempregadas, comerciantes e empresários quebraram. Então não dá para ficar sem trabalhar. Quem vai pagar a conta disso tudo? Quem vai financiar isso tudo, as Prefeituras? O Governo Federal? Não vai ter pernas e não dá para ficar sem trabalhar. E o transporte público? Falar novamente que os alunos têm que ficar em casa, eu não sou a favor. Não dá para os alunos ficarem em casa”, enfatizou.
Segundo a especialista, essas variantes podem impactar novamente, como está impactando, mas de uma outra forma menos problemática, menos agressiva que as iniciais, por causa da vacina. “Temos que considerar isso na volta do ensino. O que as escolas estão fazendo? Tem que planejar. Todo mundo está sentando, fazendo um planejamento estratégico? Os gestores e a comunidade já aprenderam o que são as situações adversas da pandemia. Eles já estão se antecipando frente às situações adversas que vão acontecer? Porque elas vão acontecer. O que os gestores municipais e estaduais tão fazendo? Vai ter rodízio ou não vai? Precisa primeiro ver as lacunas, isso que é planejamento estratégico”, destacou.
Quer saber mais como deve ser a volta às aulas? Acompanhe a entrevista completa.